sexta-feira, 15 de julho de 2016

(Palavras em verso)

TEAR




Fios
Cabelos em cachos, fios soltos,
moldura esposta, linha obscura,
arquitetura de véus envoltos
por qualquer brisa perdida há horas
pelo salão, enquanto dançam,
e vão e vêm e girobalançam,
redemoinham de encontro à valva
num frenesi de sutis encantos.



Trança
Sobre o dorso a trança estendida
tear de retas entrelaçadas
no tempo e em sonhos absolutos,
linha de história reimaginada,
de algum passante, desejo oculto
feixe de enleios, sedosa escada.

Teia
Teia dourada, suave trilha,
rastros de fada, tez andarilha;
suspiro leve, fio entreaberto,
lasca de ébano cintila
o lustre fosco, trilha tramada
no lusco-fusco da madrugada.


  Chama                                      
Uma chama se consome
como fina labareda
fio de cobre quando some
lume-fogo quando queima,
como espectro que treme
sombra que molda a chama
volta ao início a trama
fachos de fitas tênues.





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